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PHAVILLE, DO LADO DE DENTRO DO MUNDO ‧ Fagner Carvalho

Eu reservei um tempo para assistir o documentário ALPHAVILLE – DO LADO DE DENTRO DO MUNDO produzido pela cineasta Luiza Campos, gravado em 2009. Apesar de ser uma produção antiga, a fotografia se desenvolve no ambiente ermo e acinzentado do local, talvez propositalmente estigada na trilha silenciosa (triste) e na sensação rígida de solidão e ociosidade. ALPHAVILLE – DO LADO DE DENTRO DO MUNDO, nos traz a reflexão filosófica sobre o dilema de LIBERDADE e RIQUEZA, pondo em xeque a felicidade burguesa, perguntando: vale pena enriquecer e se abdicar do mundo?

O filme deixa fluir sutilmente questões desiguais, a cena simbólica onde do outro lado do muro existe uma favela reflete bem isso, apesar do roteiro se desenvolver na história de famílias ricas e amedrontadas que preferem viver longe das grandes metrópoles, longe dos “assaltos e sequestros”. Vale lembrar que existe um aumento considerável na construção de condôminos de luxo com alta vigilância (geralmente construídos no interior das cidades) e seguem como opção para quem se sente “inseguro”. Tais construções podem levar tanta a desigualdade ou ao crescimento econômico, dependendo do local. Obviamente, hoje em dia, a superproteção luxuosa (liberdade vigiada) não é uma exclusividade de ALPHAVILLE.

ALPHAVILLE é um documentário interessante (curto), mas não é um dos melhores. Nos faz pensar sobre o que é realmente liberdade, coisa que os grandes muros da indiferença não podem propor, já́ que “liberdade” não é sinônimo de segurança. O filme nos faz reavaliar como vivemos. O “medo do diferente” citado pela diretora que teve que morar por dois meses na cidade resume todo o resto: “prefiro voltar para minha perigosa São Paulo”. Talvez, em outras palavras, eu prefiro a minha “perigosa liberdade”.

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