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UM PAÍS SEM ARTE

Aristóteles, o filósofo grego do ano 348 a.C., nos legou o entendimento da catarse. Este fenômeno ocorre quando presenciamos um espetáculo, ouvimos uma música, nos alegramos em uma igreja ou teatro, rimos ou choramos, sentimos medo ou pena, e conseguimos enxergar no outro o reflexo de nossas próprias vidas. Em resumo, a catarse é uma purificação proporcionada pela arte, uma sensação de alívio e compreensão que se manifesta de dentro para fora. Esse conceito é particularmente relevante em tempos de pandemia, sendo fundamental para a preservação da saúde psíquica. O mundo anseia por uma catarse, mas o trauma universal afeta as nações. A devastação causada pelo vírus nos sobrecarrega com pesadelos políticos, mortes e disseminação de notícias falsas. O mundo está enfermo, e onde está a arte quando mais precisamos dela?

A realidade é que a arte encontra-se dilacerada. Diferentemente de outras profissões, o enfrentamento da crise generalizada se mostra especialmente desafiador para os artistas. No entanto, a necessidade da arte persiste. A sociedade está perdendo algo essencial. Estamos deixando para trás nossa humanidade. Os artistas destacam-se como os únicos capazes de construir uma catarse social em massa.

Texto inspirado in THE NEWS YORK TIMES “The Arts Are in Crisis. Here’s How Biden Can Help – The pandemic has decimated the livelihoods of those who work in the arts. How can the new administration intervene and make sure it doesn’t happen again? A critic offers an ambitious plan”. By: Jason Farago. Published Jan. 13, 2021. Reflexão e comentário – Fagner Carvalho/Fgn Designer.

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