Ao contrário dos filmes de terror atuais, repletos de sons ensurdecedores, monstros digitais pouco convincentes e efeitos que mais lembram um parque de diversões apocalíptico, O Bebê de Rosemary segue na contramão — e não apenas por ter sido lançado em 1968, mas por carregar a marca da direção inigualável de Roman Polanski, que sabia como poucos explorar o silêncio e embaralhar os limites da realidade.
Este não é um filme que assusta com gritos ou sangue espirrando na tela. Ele te envolve, cena por cena, insinuando-se no silêncio. É como aquele vulto no escuro que você jura ter visto: um terror quase imperceptível, mas, ao mesmo tempo, impossível de ignorar.
Entre o barulho do elevador subindo e descendo e as vozes abafadas do apartamento ao lado, encontra-se Rosemary — uma jovem comum, frágil e surpreendentemente forte, vivida por Mia Farrow, que entrega uma atuação tão delicada e intensa que nos leva a perguntar: e se fosse comigo? E se o mundo inteiro estivesse tramando pelas minhas costas… e eu fosse a última a saber?
Ela está cercada por paredes bonitas, mas elas vão se fechando, apertando, sufocando. E quando percebe… já não há mais para onde fugir. A própria casa vira armadilha, o berço vira altar, e os sorrisos dos vizinhos mais parecem dentes prontos para devorar.
E é esse o terror que fica. Não é um demônio de chifres, mas a sensação incômoda de que o mal pode estar escondido atrás de um “tapinha” nas costas. Se você assistiu a alguma outra versão desse filme que não seja esta, só nos resta dizer: você ainda não viu nada. Então, respira fundo e se prepara, porque a gente vai te mostrar tudo — e mais um pouco.
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