Essa subestimada obra-prima italiana não teve os mesmos holofotes das grandes produções da época, mas marcou o cinema ao mergulhar fundo na alma turbulenta de um dos mais enigmáticos personagens bíblicos. Barrabás, de 1961, traz uma história densa e dramática. Destaque para Jack Palance no papel de Torvald, o cruel treinador de gladiadores, e, é claro, Anthony Quinn como Barrabás, brilhando como nunca em um dos papéis mais marcantes de sua carreira.
A trama gira em torno do criminoso que ganhou a liberdade enquanto Jesus ia para o sacrifício. Os Evangelhos narram esse episódio sem grandes detalhes, mas o filme vai além, transformando a história em um espetáculo grandioso — que se destaca até mesmo entre os clássicos bíblicos da época.
Barrabás acompanha um homem bruto, sujo de pecado e vazio de fé, que foi solto quando deveria ter sido condenado. E é aí que começa seu dilema pessoal. A dor, o sangue, o desespero… tudo isso vai cavando fundo até revelar um homem em busca de algo cujo nome nem ele conhece — talvez paz, talvez perdão, talvez apenas um lugar no mundo.
É um filme que mistura lutas brutais, dilemas profundos e aquele toque de transcendência que arrepia a pele — que nos conduz a uma reflexão sobre um grito de indignação e um sussurro de redenção. Tudo isso na ousadia de dar vida àquele que pode ser considerado um dos primeiros anti-heróis do cinema.
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