Pois é, para quem não sabe, eu (Fagner) e minha esposa (Lidi) comentamos realities shows e notícias da TV lá no Filhos Canal. Sei que talvez você diga: “Sério? Isso é coisa de desocupado.” Mas desocupados, garanto, não somos (risos). A verdade é que, no que diz respeito à TV brasileira, tanto eu quanto ela temos um carinho especial – algo nostálgico, até. E sim, realities shows e futebol, por mais que pareçam coisas inúteis, são grandes paixões da minha vida. Sabe como é? Jogar o tempo fora com coisas inúteis, afinal, são justamente essas coisas que muitas vezes fazem a vida mais interessante.
Mas vamos ao que interessa: a décima sexta edição do reality rural.
Às vezes, dá a sensação de que, a cada ano, estamos sendo mais sacaneados. A qualidade da produção da Rede Record é, no mínimo, questionável. Quando vejo a maneira como o programa é conduzido, só consigo pensar: “Como são amadores!” É por isso que, hoje, entendo perfeitamente por que a Globo, sua maior concorrente, jamais será superada – está sempre em primeiro lugar.
Para quem nunca ouviu falar em A Fazenda, trata-se de um reality ambientado em uma zona rural, onde, além dos desafios do confinamento, os participantes precisam cuidar dos animais e administrar a fazenda. É um formato semelhante ao do Big Brother Brasil.
Mas o ponto que quero destacar aqui é a qualidade. A Rede Record oferece um serviço de streaming chamado PlayPlus, onde, teoricamente, o programa é transmitido em tempo real, 24 horas por dia. Na prática, porém, os assinantes – incluindo eu – vivem reclamando dos cortes constantes. Em momentos críticos, as câmeras simplesmente mudam para mostrar os animais, e isso acontece o tempo todo.
Além disso, o reality é transmitido por meio de seis câmeras, mas, muitas vezes, todas mostram o mesmo lugar. E tem mais: nas votações, frequentemente ocorrem situações estranhas, como participantes inesperados permanecendo no jogo. Até hoje, ninguém sabe ao certo como é feita a auditoria das votações. Durante as brigas, os chamados “ninjas” – homens mascarados – surgem para separar. É tanta bizarrice que nem dá para listar tudo.
Outro problema é a falta de patrocinadores renomados. Poucos se arriscam a associar suas marcas ao programa.
Apesar de tudo isso, já faz tempo que comentamos A Fazenda no Filhos Canal, e, por incrível que pareça, temos certo carinho pelo programa. No entanto, no quesito qualidade – não de conteúdo, mas de infraestrutura audiovisual –, o reality vem decaindo ano após ano. Parece que parou no tempo. As narrativas são sempre as mesmas, os enredos repetitivos… Enquanto o mundo muda, o programa permanece estático.
Agora, você pode perguntar: “Com tudo isso, vocês vão parar de comentar o reality?” Talvez sim, mas faço um apelo: parece tão simples fazer o básico, sabe? Oferecer uma boa produção para quem está assistindo de casa. É fundamental contratar os melhores profissionais e trabalhar com excelência. Não importa se é um reality considerado de baixaria ou de quinta categoria – basta entregar o mínimo: qualidade na transmissão. Aliás, só para deixar registrado, a edição 16 foi, sem dúvida, a pior de todas, porque, de todas as questões mencionadas no texto, o que já era ruim aconteceu em dobro.