Donald Trump é, sem dúvida, um conservador cristão? Ele fez fortuna como dono de cassinos, se casou três vezes e até colaborou com profissionais do sexo. Em algumas ocasiões, ele declarou publicamente que nunca havia pedido perdão a Deus. Mesmo assim, para muitos evangélicos, ele representa os valores cristãos e é o único capaz de defendê-los em todo o mundo. Como explicar essa tradição?
Teoricamente, Trump conseguiu se estabelecer como um patriota se opondo ao secularismo e as agendas progressistas. O presidente prometeu defender a liberdade religiosa, nomear juízes conservadores e, de modo geral, apoiar políticos que restaurassem os valores atacados pela esquerda, ou seja, em oposição aos movimentos LBTIQ +. Existe também uma crença entre algumas comunidades evangélicas de que Deus pode intervir por meio de líderes pecadores para cumprir os propósitos divinos. Um exemplo disso é o Rei Ciro, Rei que ajudou os israelitas no passado.
Outra narrativa um tanto duvidosa é de que Trump traria a paz entre Israel e Palestina, sendo o que alguns consideram como uma espécie de Messias ou até mesmo um anticristo, já que o que importa é que as profecias sejam cumpridas, independentemente de como ou com quem sejam feitas.
O relacionamento político estratégico seria um outro fator. Alguns evangélicos acreditam que as políticas de Trump sobre os Estados Unidos fortalecem seus valores, o que pode aumentar seus votos nos Estados Unidos e lhe render apoio eleitoral de forma esmagadora. Nesse respeito, não é uma questão da moralidade individual de Trump que prevalece, mas as vantagens políticas e culturais de preservação da cultura cristã irão apoiar.
Vale ressaltar que Trump terá Elon Musk como seu Secretário de Eficiência. Anteriormente, em uma polêmica envolvendo Musk e Janja, a primeira dama do Brasil, Musk teria afirmado que a “esquerda brasileira” não venceria as próximas eleições, será?
Por fim, uma teoria não menos significativa, é a polarização política em torno dos Estados Unidos, que é fundamental para Donald Trump. Segundo os evangélicos, os democratas são uma ameaça direta, e Trump, apesar de todas as suas deficiências, pode se dar melhor nessa briga. Assim sendo, a personalidade (ou o que ele fez ou faz) pouco importa, o que importa, na verdade, é a sua influencia em favor das ideias e costumes cristãos.