Sim, a Globo tem oferecido, até o momento, a melhor transmissão das Olimpíadas de 2024, gostem ou não. O fato é que, enquanto os concorrentes não se esforçarem para atingir um nível extremo de profissionalismo, continuaremos dependentes do chamado “Padrão Globo” de fazer comunicação, seja nas plataformas de streaming ou na TV aberta.
É sabido que, na era da informação, a internet demanda uma linguagem menos coloquial e mais leve, o que torna tudo mais acessível. No entanto, isso não pode ser sinônimo de descuido ou desleixo. Na verdade, acho até mais desafiador unir todas essas características em uma única exibição. Talvez seja o que a CAZÉ TV esteja tentando fazer, assim como outras emissoras, como o próprio SBT, que vem apostando em influenciadores na TV aberta. Embora essa migração ainda esteja engatinhando e seja motivo de discussão e desconfiança por boa parte dos próprios espectadores, vale lembrar que a TV aberta conta com um público mais velho, talvez mais exigente com o tipo de comunicação que é oferecida.
Discussões à parte, a Globo, mesmo diante dessas “revoluções de linguagem”, vem mantendo um estilo conservador, especificamente para a exibição das Olimpíadas de Paris 2024. Embora tenha introduzido alguns elementos novos, e até exagerados, a emissora tem mostrado o que vem funcionando há anos e mantido a boa qualidade, inclusive com o retorno de, quem diria, Galvão Bueno.
Com menos invenções e fazendo o que deve ser feito, a emissora carioca tem se destacado bastante, mesmo que não seja uma unanimidade entre os críticos. Ao retornar às suas origens, num colapso inexplicável, tem se colocado à frente das outras novamente. Isso nos faz pensar mais sobre o que faz a hegemonia da emissora carioca e o encanto que ela possui, que muitas vezes não se explica.